Qual o impacto das Plantas Daninhas na agricultura Brasileira?
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outubro 5, 2023

 

A agricultura brasileira enfrenta um desafio crescente e complexo: o surgimento de plantas daninhas resistentes e tolerantes a herbicidas. Este fenômeno não é apenas resultado da falta de rotação de culturas e da repetição de mecanismos de ação de herbicidas, mas também representa um obstáculo significativo para a produtividade e a sustentabilidade agrícola.

A resistência e a tolerância dessas plantas daninhas têm implicações profundas, desde o aumento dos custos de produção até o impacto ambiental. Este artigo explora os diferentes tipos de resistência, os mecanismos subjacentes e as estratégias eficazes para o controle dessas plantas daninhas, com um foco especial na buva, a planta mais desafiadora de controlar no Brasil.

Ao entender a complexidade deste problema, os produtores podem adotar práticas mais eficazes e sustentáveis, minimizando o impacto econômico e ambiental da resistência de plantas daninhas. Acompanhe para descobrir as melhores estratégias de manejo e as alternativas disponíveis para enfrentar este desafio crescente na agricultura brasileira.

 

Diferença entre plantas daninhas resistentes e tolerantes

Segundo o Comitê de Ação a Resistência aos herbicidas (HRAC), plantas daninhas resistentes são aquelas que sobrevivem a um herbicida quando deveriam ser controladas em condições normais, ou seja, a resistência é adquirida a partir do momento em que ocorre uma pressão de seleção.

Já a tolerância se refere a uma capacidade natural da planta em sobreviver a um determinado tratamento. Assim, plantas tolerantes são aquelas que nunca foram controladas por determinado princípio ativo.

 

Quais os tipos de resistência de plantas daninhas?

Existem basicamente dois tipos de resistência: Cruzada e múltipla. A primeira refere-se a plantas daninhas que desenvolveram apenas um mecanismo de resistência, sendo resistentes aos herbicidas do mesmo mecanismo de ação (por exemplo, resistência ao glifosato cujo mecanismo de ação é a inibição da EPSPS).

A segunda trata-se de plantas que desenvolveram mais que um tipo de mecanismo de resistência e, portanto, são resistentes a mais de um tipo de mecanismo de ação de herbicidas (por exemplo, resistência ao glifosato + 2-4D, cujos mecanismos de ação são inibidor da EPSPS e mimetizador de auxinas, respectivamente).

 

O que faz uma planta daninha ser resistente a herbicidas?

O principal motivo de termos grandes problemas no Brasil e no mundo com resistência de plantas daninhas aos herbicidas é o uso de produtos com o mesmo mecanismo de ação de forma contínua, o que faz com que haja uma pressão de seleção sobre o grupo de plantas, provocando o aparecimento de plantas resistentes.

Ano após ano, o número de plantas daninhas resistentes aumenta (figura 1), e mais perdas de produtividade ocorrem, além do aumento no custo com o controle das mesmas.

 

aumento de especies de plantas daninhas

Figura 1. Aumento no número de espécies de plantas daninhas resistentes aos diferentes sítios de ação dos herbicidas ao longo do tempo. Fonte: WeedScience.

Os dois grupos que mais possuem casos de resistência são os inibidores de ALS (sistêmicos, seletivos e muito utilizados para o controle de plantas daninhas de folha larga e estreita em pós-emergência inicial da cultura da soja, como Imazethapyr, Imazapyr e Chlorimuron) e os que atuam no fotossistema II (possuem uma ampla gama de produtos, mas sendo principalmente sistêmicos e podendo ser utilizados tanto em pré-emergência como em pós-emergência das plantas daninhas de folha larga e estreita, como Atrazina e Diuron, bastante utilizados em cana-de-açúcar.

 

Qual a planta de mais difícil controle no Brasil?

Com o advento da tecnologia RR, o herbicida glifosato (mecanismo de ação EPSPs) passou a ser amplamente utilizado no controle de plantas daninhas, no entanto isso desencadeou casos de resistência de plantas daninhas, principalmente a buva (C.bonariensis, C.canadensis e C.sumatrensis), planta de mais difícil controle no Brasil no cultivo de grãos (soja e milho, principalmente).

Estima-se que 90 % da área do Brasil cultivada com soja é resistente ao glifosato (Dionísio Luiz Pisa, eng. agrônomo da Embrapa Soja). Para se ter uma ideia do prejuízo ocasionado, uma planta de “buva” (Conyza bonariensis) por metro quadrado pode resultar em perdas de 4 a 12 % na cultura da soja (Nortox).

 

Quais os herbicidas que a buva é resistente?

Para contornar essa situação, herbicidas de outros mecanismos de ação passaram a ser utilizados, entretanto a buva tem se tornado resistente a outros produtos, além do glifosato (Heap, 2020),  e a explicação para isso pode estar no fato de não haver rotação de mecanismos de ação no curto espaço de tempo e a buva ser uma planta com grande taxa de reprodução, produzindo mais de 200.000 sementes por planta (BHOWMIK & BEKECH, 1993), sendo estas facilmente transportadas pelo vento, podendo levar populações resistentes de uma região para outra. Abaixo são listados alguns exemplos de detecção de resistência da buva a diferentes princípios ativos de herbicidas ao longo do tempo:

  • Inibidores de ALS (clorimuron-etil) em 2011;
  • clorimuron-etil e glifosato em 2011 (casos de resistência múltipla);
  • Inibidores de fotossistema I (Paraquat) em 2016;
  • Inibidores de protox (Saflufenacil) em 2017;
  • Inibidores do fotossistema II (diuron) e mimetizadores de auxina (2,4-D) em 2017.

Como realizar o controle de buva?

Muitos podem então se perguntar como essa planta daninha pode ser controlada, já que tem apresentado resistência contra uma série de herbicidas de mecanismos de ação diferentes.

A rotação de mecanismos de ação continua sendo uma prática bastante recomendada para o controle da buva, mas cabe destacar que uma boa cobertura do solo reduz bastante a incidência de buva, visto que trata-se de uma planta fotoblástica positiva, ou seja, necessita de radiação solar para germinar. Assim, manter o solo coberto durante todo o ano é essencial para um bom controle da buva.

Uma outra alternativa para controle é utilizar herbicidas pré-emergentes, como diclosulam e flumioxazin, reduzindo assim o banco de sementes de plantas daninhas do solo.

Recomenda-se que o controle da buva com herbicidas pós-emergentes deve ser feito logo nos estágios iniciais de desenvolvimento. No entanto, um estudo realizado pelo professor Alfredo Albrecht, da Universidade Federal do Paraná, mostrou que o glifosato e o paraquat (atualmente proibido o seu uso) podem não ocasionar sintoma algum nas plantas de buva mesmo em estágios iniciais.

Conforme o estudo, o controle mais efetivo da buva com até 8 folhas e menores que 15 centímetros é com o uso de Saflufenacil, glufosinato de amônio e mistura de glifosato com esses produtos, que apresenta um efeito de sinergia. Para o controle de plantas maiores, pensando em uma única aplicação, a mistura de Glifosato + 2,4-D + Saflufenacil ou Glifosato + Dicamba + Saflufenacil  apresenta um controle bastante eficiente. Pensando em aplicação sequencial, o manejo que se apresenta eficiente é realizando a aplicação de glifosato + auxínico (2,4-D ou Dicamba) e cerca de 7 a 10 dias depois entrando com um produto de contato (glufosinato de amônio).

 

Qual o impacto econômico da resistência de plantas daninhas?

Um estudo realizado pela EMBRAPA-SOJA em 2017 buscou estimar o custo de controle de plantas daninhas na cultura da soja quando há resistência ao glifosato e quando não há, como mostra a tabela abaixo:

 

Estimativa do custo de controle de populações isoladas ou mistas na cultura da soja com resistência ao glifosato.

Estimativa do custo de controle de populações isoladas ou mistas na cultura da soja com resistência ao glifosato.

A tabela mostra que o aumento nos custos podem ser muito grandes, e isso se dá pois são necessários herbicidas diferentes, que são mais caros do que o glifosato, além do maior número de aplicações. O custo médio de R$120,00 no caso de não haver resistência refere-se a uma aplicação de glifosato na dessecação e duas aplicações na pós-emergência.

O custo mais expressivo ocorre em dois diferentes cenários: capim amargoso resistente ao glifosato e capim amargoso + buva resistentes ao glifosato, podendo aumentar os custos em até 290 % e 403 %, respectivamente.

Ao fazer a análise de toda área de soja do Brasil infestada com plantas daninhas, obteve-se o resultado de que o aumento no custo de controle em função da resistência de plantas daninhas está entre R$ 3.796.540.000,00 a R$ 6.046.500.000,00, com incremento médio de R$ 4.918.820.000,00 ao ano.

 

 

A Solução SaveFarm: Um Avanço na Gestão de Plantas Daninhas

 

Diante dos desafios crescentes apresentados pelas plantas daninhas resistentes e tolerantes, a tecnologia surge como uma aliada poderosa para os produtores rurais. O sistema de pulverização seletiva SaveFarm é uma inovação que aborda diretamente esses problemas, oferecendo uma solução eficiente e sustentável.

Utilizando sensores de alta precisão e inteligência artificial, o SaveFarm identifica plantas daninhas em tempo real e aplica defensivos agrícolas apenas onde é necessário. Isso não apenas economiza insumos, mas também minimiza o impacto ambiental, contribuindo para uma agricultura mais sustentável.

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Referências

ADEGAS, F.S. Impacto econômico da resistência de plantas daninhas a herbicidas no Brasil. Embrapa Londrina, PR, Agosto, 2017. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/162704/1/CT132-OL.pdf;

Internetional herbicide-resistant weed database. Disponível em: http://www.weedscience.org/Home.aspx;

CropLife Latin America. Disponível em: https://www.croplifela.org/pt/pragas/lista-do-pragas/plantas-daninhas;

 

 

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